domingo, 4 de setembro de 2016

RDM 6

Urze

Sky se deitou, olhando as hienas e os leões, em cima de uma pedra, muito parecida com a Pedra do Rei, porém, essa tinha um enorme crânio de elefante. Um pequeno grupo das ambas especies brigavam por um pedaço de comida, mas o macho já estava acostumado com isso então, não ligou. Algumas vezes, acontecia mortes mas do mesmo, ele obteve o ditado: “enquanto um morre, outros nascem”. E de fato, é isso que acontece.

Flashback
Um pouco depois da morte de Corvus, enquanto Lótus conversava com calma, sobre a morte de Corvus.
– Sky, eu sei que é rei que você queria, mas realmente precisava matar seu pai? – ela perguntou, sentando-se ao lado do “filho”.
– Eu lhe chamei pois minha mãe morreu, deixando eu, Sun e Kioo. Adotamos você como mãe em vez de me ajudar, me repreende. Tem certeza que é assim que age uma mãe? – resmungou, olhando o lado, mas sem deixar de olhar a barriga dela, que estava basante grande.
– Sim Sky, mães adotivas amam mas também repreende e... cuidam... – a palavra “cuidam” saiu bastante fraca, como se não quisesse falar ela.
O rei, curioso, olhou para Lótus e viu que a mesma fazia uma carteta dolorosa, prendendo o ar. Uns segundos após, ela soltou um suspiro, aliviada.
– Está tudo bem, mãe? – O leão de semblantes azuis-claros se levantou, preocupado e alarmado.
– Sim, Sky está tudo bem. É apenas o filhote chutando forte. – riu, mas sabia que Lótus mentia para si mesma.
Sky tentou ignorar, então decidiu sentar na frente dela.
… Os minutos iam passando, e de repente, ela faz novamente outra careta.
– Mãe... tem certeza que está tudo certo?
Ela sorriu fraco ao filhote adotivo: – Não... para tem dois filhos e um na barriga, as contrações estão vindo e logo esse irá nascer. – disse em um tom baixo.
– Eu,,, eu vou chamar Baru e mais uma leoa para ajudar. – O leão dourado miou rápido e logo saiu da Caverna do Elefante à procura de Baru.
Infelizmente, havia passado longos minutos longe da mãe procurando o amigo. “Onde está o maldito?” rosnou para si. Logo, ele viu um leão castanho escuro rindo com uma outra leoa.
– Baru! – gritou para ele, em tom ofensivo que ambos os dois foram correndo para o rei. – Vocês dois, não façam perguntas, apenas venham para a Caverna do Elefante o mais rápido possível!
Quando chegaram, ouviam-se alguns gritos e gemidos da caverna e junto, havia um hiena, junto, ajudando Lótus. Assim que a matriarca das hienas viu Baru e Sky, mandou eles saírem de imediato e que apenas a fêmea poderia estar.
Enquanto os dois machos estavam nervosos do nascimento, Lótus sofria pois haviam passado quase dez minutos e o filhote não nascia. Ela gemia, dava espasmos de dor e nada, enquanto a hiena massageava de leve a barriga da rainha para o novo filhote nascer.
Dezoito minutos mais tarde, o filhote finalmente saiu. Era uma fêmea, grande e saudável. O pelo era como de Corvus, até o tufo da cauda, exceto o focinho, que era como o da mãe.
Voltando ao presente...

Sky saiu da Caverna do Elefante e viu Baru, o leão manco e sem o tufo da cauda correndo em direção a ele.
– Rei Sky! Ontem, o motivo de eu e Kiwa estar rindo e se divertindo, é que descobrimos que ela está esperando filhotes! – o amigo de Sky estava quase explodindo de emoção, ao contrário de Sky, que apenas deu de ombros.
– Parabéns para você, leão que tem uma fêmea. – rosnou. Se tivesse esperado Corvus morrer ou ele renunciasse o trono, daria tempo de pedir Ruby em casamento, agora vai ter de esperar outro momento. Ele realmente gostava da leoa avermelhada, e gostaria que eles ficassem juntos, porém, ele nunca conseguiu, pois ou ela estava ocupada, ou com seu meio-irmão, Echo. Agora que estava livre dele, esperava o momento certo. – Do mesmo, eu queria falar com você.
– Obrigado, Rei Sky! – ele sorriu. – E o que o senhor gostaria de falar comigo?
– Me siga, vamos à um local melhor do que a Caverna do Elefante. É secreto e deixei Lótus na caverna enquanto Naki não cresce.


Mais Tarde....

Rei Echo estava conversando com o Babuino. Havia mandado sua ave, Tusk para patrulhar.
– Então... porque existe reino no exílio? Você disse que apenas hienas viviam e meu pai nunca me contou sobre nosso passado e disse que isso era ridículo. Poderia me explicar o que houve?

Busara se sentou e colocou o cajado em sua frente: – Claro! Mas fique bem atento. É uma longa história e ela provavelmente irá ser passada de boca em boca. Não será os primeiros leões, pois houve um acordo de paz entre eles, mas isso foi quebrado.

“Há duas gerações atrás, havia uma leoa. Não era conectada com o reino ou era da realeza. Eu felizmente vi isso acontecer e que leoa bonita! Era dourada com olhos azuis e orelhas extremamente pequenas. A garota era cuidadosa e tinha um companheiro. Sorte a dele!” – O ancião deu um pequeno riso – “Voltando a história, não lembro bem o nome dela, mas a gente a chamava de Urze. Gentil e educada, Urze adorava cuidar do reino e era amiga de muitos.

Um dia, houve o ataque das hienas, elas eram numerosas e impiedosas. Começaram a matar os animais um por um silenciosamente. Se não fosse por ela e seu companheiro, teríamos perdidos muitas presas. Elas matavam e levavam, matava e levava, nesse ciclo vicioso. O seu companheiro, Muffet, assim que viu as hienas, começou a batalhar contra elas enquanto Urze chamava quem estava próximo.

Os leões iam bem, até um descuido de um filhote que queria lutar, mas não deixaram. Esse filhote pulou em uma hiena e ela com o susto, empurrou o filhote de seu cabelo e jogou o contra o chão, enfiando suas garras nele.” – Echo se contraiu, imaginando o filhote sendo morto. Um filhote que poderia fazer a diferença no reino. Que poderia ter crescido sua própria família ou ser um grande caçador, já era. – “Muffet, que estava lutando contra a líder do clã, viu o filhote sendo morto e parou subitamente. Urze não vira, mas apenas ouviram um rugido e quando eles viraram o olhar, a líder das hienas segurava o pescoço do leão dourado que estava competindo. Jorrava sangue de seu pescoço e apenas viam os olhos dele sem brilho. Mesmo morto, a hiena apenas soltou quando ele fechou seus olhos por causa da gravidade.”

Echo, surpreso decidiu interromper: – Mas você viu isso, não viu? – arregalou os olhos, sem muito fôlego.

Ele encarou o leão e negou com a cabeça: – Isso? Não, eu não vi. Foram o que me contaram. Posso continuar? – O leão com a pelagem marrom concordou com a cabeça.

“Urze imediatamente saiu correndo, abandonando a luta, desistindo. Não podia continuar lutando com seu companheiro morto ao seu lado. Mesmo sendo delicada, isso era sua fraqueza. Se apegara de mais ao leão amarelado e não sabia como soltar. Passou vários dias e noites chorando, de luto, lamentando a morte de seu companheiro. A sorte, é que uma de suas atividades favoritas era a caça. O problema nisso? Acabou se viciando e começou a correr boatos de que todas as vezes que ela trazia presa para casa, mesmo depois de ter voltado com o grupo de caça, ela caçava sozinha e pegava uma presa. Urze dizia que estava passeando e muitas vezes algo aparecia e matava tal presa. Levava para casa para não deixar de lado.
As primeiras vezes, o reino entendeu, mas ao passar do tempo, estavam achando estranho e o boato parecia cada vez mais verdade.

Urze, decidiu ir de vagar com isso, mas não conseguia e estava cada vez mais atrapalhada com as mentiras. Para testarem, tiveram a ideia: e se, colocássemos essa para outra coisa?. Parecia estar dando certo. Colocaram ela para ajudante da rainha, assim, elas sempre teriam coisas femininas para conversar.

Estranhamente, Urze não entendia muito bem os papos de fêmeas e sim, falava bastante sobre luta, caça e reinos. Quando perguntavam para Urze, ela dizia que era saudades de Muffet e que assim, trazia boas lembranças dele.

Infelizmente, uma leoa, chamada Huruma, entrou no reino alguns dias depois e a vida de Urze virou de cabeça para baixo. Ela era uma cor creme claro e olhos avelã.
A novata não ia muito bem com a cara de Urze: viva dando em cima dos machos com companheira ou sem e principalmente do rei. Os machos não reclamavam muito, claro, mas poucos achavam estranho. Os poucos leões que achavam isso estranho, perceberam que ela fazia isso longe do reino ou a noite. Ela, com essas informações decidiu dedurar a fêmea. De primeira, muitos achavam que eram invenção ou inveja de Urze, pois ela não tinha macho. Mas, depois de muito insistir, muitas fêmeas perceberam e começaram a ficar do lado de Urze, exceto algumas que não ligaram.
O rei, que gostava de Huruma, negou e disse que iria ficar com ela no reino. Urze acabou ficando com raiva e desafiou o rei, mas o príncipe achou isso uma loucura! Que não faria isso. Um desafio para provar a verdade? Mas Urze não ligou. Ela estava ficando paranoia dês da morte de seu companheiro e guardava rancor sobre todos. Nesse dia, a sua espera havia passado dos limites: Ela falou. Falou que ela estava caçando por esporte, que as leoas do reino eram mimadas, que a rainha não via a traição e que Huruma saia escondida para brincar com machos.

Quando acabou, ela estava cansada e com a garganta seca de tanto gritar e reclamar. Um ódio gerou na leoa e ela se arrependeu do que fez. Eles começaram a xingar ela e rosnar, mas sem agredir. Com raiva se acumulando aos poucos por causa do xingamento, ela atacou o príncipe. O rei havia dois machos e o príncipe, infelizmente, era o que estava ajudando a gerar o ódio e era quem mais falava e era o que estava mais perto dela. Ela pegou ele pela juba que ainda crescia e jogou a cara dele no chão, esmagando e saindo sangue. O príncipe castanho claro morreu na certa.

O irmão do príncipe, Mwanga, com raiva da leoa, a puxou pela cintura, fazendo ela cair no chão, com força e quando ia atacar a coluna dela, o rei rugiu para Mwanga parar que conseguiu colocar a pata no chão a tempo. Assim que colocou, sua pata não tocara na rígida areia, e sim, em algo molhado e um pouco gosmento. Ele olhou o chão arrepiado e viu sangue. Sangue escorria de baixo de Urze.

Aterrorizado, achando que matou a fêmea, ele recuou com pulos e sacudindo a pata. Ele chorava de medo como nunca. O povo do reino nunca viram o jovem príncipe tão assustado e então, a leoa deu sinais de vida... mas... o que seria aquele sangue? Me chamaram para examinar e até eu fiquei surpreso com o resultado.

Fazia tempo que o reino notara que a leoa estava ficando gordinha, mas todos acharam que ela que comia de mais ou que era por causa da caçada que ela comia em serviço algumas vezes. Mas ninguém nunca pensou que aquilo poderia ser filhotes.”

O Rei se arrepiou de medo. Ela era mãe e havia perdido filhotes? – P-pera, B-busara, você tem certez-a que eram filhotes? N-não era machucado de sua barriga?

– Não me interrompa! – o babuino bateu o punho no chão. – Onde eu estava? Ah, sim.

“Tenho certeza que eram filhotes. Não havia cortes em sua barriga. Deduzi que o impacto da puxada de Mwanga pressionou os filhotes e eles morreram de imediato, assim como seu irmão.

Para confirmar, antes de Urze ir para o exílio por caçar por esporte, matar o príncipe e mentir para o reino, ela ficou um tempo comigo. Falei de seus filhotes e ela com raiva e chorando falou que sabia deles. O motivo de não ter contado é que não confiava e ninguém e não esperava que um dia isso ia acontecer. Ela disse que soube quando estava dando uma patrulha perto do exílio e sentiu algumas dores, isso alguns dias antes da morte de Muffet. Ela se lembrou de quando conversava sobre gravidez e como saber se era. Ficou feliz por saber e o dia que as hienas atacaram, fora o dia que ela contou sobre a gravidez para Muffet.

No dia seguinte, sem mais nem menos, Muffet foi expulsa do reino e algumas leoas junto com os leões que não gostavam de Huruma, seguiram ela para o exílio.”

Echo abaixou a cabeça em tristeza por Urze. Nunca ouvira essa história, mas não sabia que era tão profunda assim.

Apos a história, Tusk chegou um pouco depois, falando que vira alguns leões caçando por perto do local e levando para o exílio.

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NOTAS FINAIS
E então? O que vocês acham que o exílio está aprontando?

Também estou pensando em mudar a “história” Como assim? Não será mais nas Terras do Reino e sim Orgulho dos Pássaros, por haver muitos pássaros lá. É. Sem muita ideia xD